ROSA SOLITÁRIA
Triste, àquele jardim de secos cravos
Vê-se, sem menos, surgir uma rosa,
Entre os insultos e tantos agravos
À natureza – mas, ela... formosa.
Por ser formosa e solitária, escravos
Quem assim vê, também vê majestosa
Cada pétala; ofícios mais que bravos
Que a natureza quis – ali, viçosa.
Como eu, escravo de um destino vário
No jardim dos meus versos e sem vez,
Quem há de ser, à rosa, solidário? ...
Levo-a comigo, escondo-a entre os becos!
Mas ela murcha... estranha insensatez;
- Triste aquele jardim de cravos secos!