MEIA NOITE

No tremor da noite lua alta banha

os vegéis nevados e coloridos

Pingos de garoa rolam distraidos

Dos olhos cavados de uma montanha.

A coruja cinzenta a nada estranha

O escuro de breu ecoa zunidos

A flauta do vento entoa gemidos

A noite assim é toda façanha.

A relva quieta no vasto verdume

Coberta de folhas exalam perfume

No baixio do vale galhos pendentes

A noite parece um mudo festejo

Rasteja calada um vasto cortejo

De astros de lua estrelas cadentes.

Ebenézer Lopes
Enviado por Ebenézer Lopes em 05/04/2019
Reeditado em 22/05/2020
Código do texto: T6616126
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