ASSALTO AOS LOUROS 02
“A CILADA DE MACTAN”
"Quando amanhã soem as trompas para o combate,
Os cobardes estarão ao seu resguardo,
Encolhidos nas suas naus
E os valentes, eu terei comigo" – Magalhães
Eis a misteriosa mensagem deixada
A bordo da tua intrépida Trinidad,
Na véspera daquela triste madrugada,
E partiste pra luta contra a fatalidade.
Tu, ó herói, que nunca conheceste falha,
Perdeste agora a tua última batalha…
Tiveste ao teu lado alguns dos teus valentes
Ficando, a léguas, os presumíveis cobardes
Que viraram as costas às lutas eminentes
E não tiveram pejo, disso, fazer alardes.
Às mãos de Lapu-lapu, pela vil cilada
Deste tudo em Mactan e não te valeu de nada.
Mas, à luz d´Albuquerque e da distinta grei
Hoje, teu nome faz sombra a todos os nomes:
Pois, “mal com os homens por amor d´ El Rei,
E também mal com este, por amor-dos-homens!”
Que soem, pois, todos os cornetins da Fama
Fazendo jus à memória que te reclama!
Frassino Machado
In AS MINHAS ANDANÇAS