SONETO AVESSO À SAUDADE
Saudade é o esgarçamento do tecido,
Do tecido da alma, que fica assim puída.
É a sensação de que a casa da vida está ruída.
É um pestanejar ante o agora, o que deveria ter sido.
O coração, não, o peito parece contorce -se.
Os ares da brisa não desentorpecem, pelo contrário,
Incomodam, dão ao xaxim de samambaia
Sentimentos como perda de brio perda de posse,
Como geadas aborrecem negócios agrários -
Logo em quem, ipê nativo ( não tem aparato de faias).
Evito estados de consternações, sofrer tendente a involuntário,
Única forma digna, caso baixe-se a guarda...
Fujo, urge fuga, honroso sair-se do cenário.
Busco reino, bons conselheiros, sem eminências pardas.