Quando o amor acorda
Um termostato na janela
Mantinha a madrugada
A febre vinha sem trela
Ao sonho a menina arraigada
Foi afinado um passarinho
Que obedecia a um diapasão
Um cânone em desalinho
Que chegava como audição
O aroma de um canteiro
Misturado com o de café
Acendia o amante obreiro
Que nem rezava, e sem fé
Cada noite era seu milagre
E de manhã perdia o entrave