Quando o amor acorda

Um termostato na janela

Mantinha a madrugada

A febre vinha sem trela

Ao sonho a menina arraigada

Foi afinado um passarinho

Que obedecia a um diapasão

Um cânone em desalinho

Que chegava como audição

O aroma de um canteiro

Misturado com o de café

Acendia o amante obreiro

Que nem rezava, e sem fé

Cada noite era seu milagre

E de manhã perdia o entrave

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 28/03/2019
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