VIRIDÁRIOS

Avultam-se emoções que, subalternas

à tua formosura e libertinas,

estendem pelos ares as cortinas

de fogo, enquanto o siso desgovernas.

No rastro de dulçor das tuas pernas

deslizo atrevimento, desatinas

papilas e revelas, cristalinas,

as fontes de deleite, agora eternas.

Meu apetite, unido aos teus sabores,

imerge em convulsões porque sacio

anseios neste ardume em que me banho.

Ao ver teus viridários, tuas flores,

encarno logo um pássaro vadio,

desenho adejos e o infinito ganho...