O VERBO DO PECADO
Provei em doses letais dum amor pagão,
Consumindo a minh'alma em segundos.
De mim, criatura. Versos proscritos, solidão;
Atravessaste meu peito em cortes profundos.
Imensurável dor, um jardim nunca violado.
A serpente condenada neste inferno solitário;
Rasgando sobre mim este verbo profanado,
Tornei-me cúmplice do pecado, meu fadário!
Os versos que poisaram sobre o meu peito,
Fizeram ninho neste coração cheio de máculas
Rasgando todos os provérbios sem conceito.
O verbo, sobre a carne do pecado cobiçado;
A maçã tão desejável de ser provada...
Sobrevivente da lei, do que fora violado.