O VERBO DO PECADO

Provei em doses letais dum amor pagão,

Consumindo a minh'alma em segundos.

De mim, criatura. Versos proscritos, solidão;

Atravessaste meu peito em cortes profundos.

Imensurável dor, um jardim nunca violado.

A serpente condenada neste inferno solitário;

Rasgando sobre mim este verbo profanado,

Tornei-me cúmplice do pecado, meu fadário!

Os versos que poisaram sobre o meu peito,

Fizeram ninho neste coração cheio de máculas

Rasgando todos os provérbios sem conceito.

O verbo, sobre a carne do pecado cobiçado;

A maçã tão desejável de ser provada...

Sobrevivente da lei, do que fora violado.

Cristina Milanni
Enviado por Cristina Milanni em 21/03/2019
Reeditado em 21/03/2019
Código do texto: T6603544
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