Falaste-me do céu e me apontaste o céu 
Num lindo pôr-de-sol de um dia claro e lindo!... 
O sol vermelho e já sem brilho ia caindo 
Enxague, a sucumbir em purpurino véu!... 

Era bonito e triste aquele tom febril 
De um sol a desmaiar nervoso e sanguinário, 
No céu que se tornava, aos poucos, um lapidário 
De mil constelações num palco azul de anil!... 

Eu que aprendi a mar o Deus sem templo. Livre... 
O Deus ternura! O Deus bondade! O Deus que vive 
A verdejar o campo e opalizar a lua!... 

Fitei-te, filho meu...com que prazer o fiz... 
És a manhã radiante em meu ocaso gris... 
É meu o pôr-de-sol... A madrugada é tua... 

Escrito em agosto de 1966 
Antonio Lycério Pompeo de Barros
Enviado por Antonio Lycério Pompeo de Barros em 17/03/2019
Código do texto: T6600243
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.