O CICLO
Tropeçando nos próprios calcanhares
Amaldiçoa a sorte de proscrito.
O orgulho é um punho que sufoca o grito
Que talvez soasse falso entre seus pares.
Por becos sórdidos e imundos bares
Vai confirmando o Ciclo do Maldito.
Há nessa cambaleante errância o aflito
Apelo peculiar a tais lugares.
Exuma um deus para ofende-lo, apenas --
Há mais coerência na blasfêmia fresca,
A doce sugestão a almas pequenas.
Assim, no entanto, em sina tão dantesca,
Transforma-se no que é... Há brisas amenas
E um sopro cálido que não refresca.
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