O CICLO

Tropeçando nos próprios calcanhares

Amaldiçoa a sorte de proscrito.

O orgulho é um punho que sufoca o grito

Que talvez soasse falso entre seus pares.

Por becos sórdidos e imundos bares

Vai confirmando o Ciclo do Maldito.

Há nessa cambaleante errância o aflito

Apelo peculiar a tais lugares.

Exuma um deus para ofende-lo, apenas --

Há mais coerência na blasfêmia fresca,

A doce sugestão a almas pequenas.

Assim, no entanto, em sina tão dantesca,

Transforma-se no que é... Há brisas amenas

E um sopro cálido que não refresca.

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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 16/03/2019
Código do texto: T6599677
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