Para uma meretriz

Oh! ser imundo

Dona do último verso que irei fazer nesse mundo

Aquela, que com seus fuscos cabelos, transforma um apaixonado em defunto

-Tu não mereces nem um escarro imundo!-

Por que me deixaste servo do seu obscuro olhar?

Por que tu és dona dessas papoulas ardentes como fogo ?

Por que me deixaste apaixonar apenas com o fitar ?

Por que me provocas o choro ?

Tu és a amargura falada

Ô simbolo da mulher mal amada

O óvulo infecundo

Pegue minhas cinzas e reecarne nesse meu karma nauseabundo

Oh! esmolita - dona-

Doentia dona, do último verso que fiz nesse mundo !

Cardoso de Figueiredo
Enviado por Cardoso de Figueiredo em 15/03/2019
Reeditado em 19/11/2019
Código do texto: T6598868
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