Desamor
Toda a dor por que passa minh'alma
Me sufoca o riso, me afoga o pranto
E nesse fado sem fim, e só, suplanto
Cada lágrima que cai, e se espalma.
Em mim, só cresce, esse dó exposto
Que gera dor, e faz meu desejo aflito
E transforma minha vontade em rito
Que sangra o peito, em pálido rosto.
Por árduos anos na utopia, indeciso
Chorei e calei, e sorri no improviso
Se era crepúsculo, ou o amanhecer.
Tal desamor estragou a minha vida
Ludibriou minha paixão convencida
Só não me levará, dela desprender.