A Lord Byron
"Alma de fogo, coração de lavas,
Misterioso bretão de ardentes sonhos,
Minha musa serás – poeta altivo
Das brumas de Albion, fronte acendida
Em túrbido ferver! [...]
Foste poeta, Byron!"
(ÁLVARES DE AZEVEDO)
Um sigilo satânico em seu coração
Incendiava-lhe a alma apaixonada,
E em sua face sempre se via estampada
Uma sarcástica e rebelde expressão.
Febril e ardente, sua imaginação
Para mais longe ia, quanto mais excitada;
Rindo o riso amargo de quem não quer nada
Do que tem a oferecer o mundo chão.
O que sua grandiosa alma movia
Era o inebriante e feroz amor
Por toda e qualquer forma de elefthería...
E a teu solene mausoléu venho depor,
Verdadeiro parágono da poesia,
Os toscos versos de um admirador!