HIPOCONDRÍACO
HIPOCONDRÍACO
Sinto meu coração bater cansado
Como fizesse força desmedida
Mantendo involuntário a minha vida,
Depois d'eu ter amado mal e errado.
Do que não tem remédio, remediado
Eu sigo com a mente entorpecida,
Antes que a morte ou coisa parecida
Me leve d'uma vez para o seu lado.
São doses e mais doses de veneno
Que então faço correr por minhas veias,
Não para me curar, sim esquecer.
E, embora meu semblante tão sereno
Me faça desdenhar culpas alheias,
Do que me mata não hei-de morrer!
Betim - 10 03 2019