Minha Tristeza
Aos prantos que me acolhem em pura neurastenia
Vejo-me em um retrato oval desbotado e sem cor
Às marcas retratadas em meu semblante de agonia
Fazem-me indiferente perante os resquícios de dor
Agora o sol e a lua caminham juntos em meus quintais
E em seu júbilo megalomaníaco vem às pressas meu vazio
Que me traz à mente mórbidos pensamentos mortais
Fazendo-me andar sem casaco contra o forte vento frio
Talvez um dia a luz retorne despretensiosamente
Talvez até lá eu deixe este estado letárgico no passado
E plante árvores com o que me restam de sementes
E então em seus galhos transversais eu poderei me balançar
Como uma criança que não discerne o certo do errado
E não como um adulto preso em uma corda a me sufocar
(Guilherme Henrique)