Minha Tristeza

Aos prantos que me acolhem em pura neurastenia

Vejo-me em um retrato oval desbotado e sem cor

Às marcas retratadas em meu semblante de agonia

Fazem-me indiferente perante os resquícios de dor

Agora o sol e a lua caminham juntos em meus quintais

E em seu júbilo megalomaníaco vem às pressas meu vazio

Que me traz à mente mórbidos pensamentos mortais

Fazendo-me andar sem casaco contra o forte vento frio

Talvez um dia a luz retorne despretensiosamente

Talvez até lá eu deixe este estado letárgico no passado

E plante árvores com o que me restam de sementes

E então em seus galhos transversais eu poderei me balançar

Como uma criança que não discerne o certo do errado

E não como um adulto preso em uma corda a me sufocar

(Guilherme Henrique)

PássaroAzul
Enviado por PássaroAzul em 09/03/2019
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