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SAÍDA À FRANCESA
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Tu te foste, à francesa, pois saíste,
me fugindo sequer sem um «adeus»;
só não sabes o quanto pus-me triste,
ao ficar sem a luz dos olhos teus.
 

Teus sentires viraram tão ateus,
desde a hora distante em que partiste?
Oh, não só adentraste aos olhos meus.
Em meu imo tu tens o dedo em riste.
 

Se te aprazem melhor salões e pares,
outras gentes, estranhas companhias,
sou mais teu, e só teu, se tu voltares.
 

Acalantam-me as tuas poesias,
inda quando me vou por vãos lugares,
e à francesa largaste dos meus dias.

 

Fort., 09/03/2018.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 09/03/2019
Código do texto: T6593553
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