Corte profundo
Uso palavras simples e bobas, por vezes,
Palavras de criança, sem muita estrutura,
Busco por dentro e, com alguns reveses,
Elas são tolamente banhadas de brandura;
Trago umas palavras chorosas de saudade,
De coisas que pressinto ou sonhos que vivi,
Outras, as palavras mescladas de verdade,
De desejos insanos e dos amores que pari;
Às vezes, busco uma palavra perdigueira,
- saio desembestada e louca atrás dela -
Cavoco à unha, fuço, vasculho a clareira,
Não a encontro e me quedo em descrença
Na inútil busca da expressão pura e bela:
A palavra sincera que faria toda diferença.
http://versosprofanos.blogspot.com/