A mulher adúltera / Levada em fúria erosão.
Ela era pedra preciosa não lapidada,
Jogada em praça pública a ser vil julgada.
Seria assim, sumaria certeza, depredada,
Tratada com erro pelo erro e sem perdão.
Por ter sido pega em adultério flagrante,
Fora arremessada e posta em mostra excruciante.
Mas, interposta por figura fulgurante,
Teve o amparo e os aparos de certeira mão.
Levada em fúria erosão como pedregulho
Desvalorizado por homens de alto orgulho,
Recebeu de Jesus singela orientação:
– Segue e, do derradeiro erro, não coadune.
Sobra o homem que adulterou com ela, impune,
Mas o ourives Cristo lhe aguarda o coração.