Ficou a xicara - soneto
Na delicada saudade que se foi com o tempo.
Ficou a tua chávena que o tempo não viu na mesa
Assim: não levando tudo que era de você querida
Ficando a xicara para esta recordação de hoje.
Mesmo quando não me deparo com tuas relíquias
Deixadas por jornadas. Elas ainda, como replays
Trazem em seu bojo desenhos que te avivam mais
Fazendo vinculando em meus dias pesares doidos.
De quando em quando a contemplo como uma joia
Que guardo abrigada de qualquer acaso que possa
Quebra-la ou danifica-la trazendo sérias rendições.
A chávena não é a exclusiva recordação que guardo.
Ao partires deixaste umas infinidades de predicados
Que trancados convivem em brocados devotados.