Dois de mim
O sexo é a religião dos impuros
A seita de quem aceita ser tocado
O culto que culmina em pecado
Um prazer, mundano mas sagrado.
Comunhão entre corpos nada sacros
Que devoram-se em fogo mutuamente
Tornando o céu ardil rapidamente
Incendeiam as estrelas tão cadentes
De teu prazer fiz minha prece
De teus sussurros, liturgia
De teu beijo a melodia
Nem divino e nem profano
Nem sagrado e nem humano
Somos apenas dois de mim.