EM FARRAPOS
EM FARRAPOS
Abriram o seu tórax e o remendo
Ficara ainda pior do que um cerzido…
Pois sim, trazia o peito corroído
Por força d’algum tóxico estupendo.
Incertos do que estava acontecendo,
Percebem todo o sangue corrompido
Com uns traços de arsênico absorvido
N’aquele coração apodrecendo…
Cortaram suas massas necrosadas
E após lhe transfundiram sangue novo
Em face das batidas desritmadas.
—“Eis o homem!"— anunciam para o povo.
Um milagre nas faces admiradas:
Tão débil coração bater de novo!…
Betim—03 03 2019