VOX NOCTE
Desperto , um vão de tábuas, no escuro,
Olhos vagantes, as sombras devasso.
O tronco reto sobre o plano duro,
Tentando em vão caber dentro do espaço.
Um verme dentre os dedos capturo
A devorar-me o tônus, um pedaço.
Na ação do tempo, inchado me supuro
Muitas lembranças, ácidos, fracasso.
Maldizendo céus, deus - vulto vencido,
Alma noturna triste a clamar,
Nada serei e nunca mais será
Meu grito rouco pela noite ouvido,
O que me resta? O trágico grunhido,
Do ofício triste de malassombrar