Turbilhão Voraz
Danço milongas fora de compasso.
Não sei ao certo aquilo que faço:
Se sigo em frente ou se, ao contrário,
Retrocedo para Greenwich no fuso horário.
Minha carne trêmula já cede quando
Avista alguém que pede, errando,
Passagem neste vale de lágrimas
Ao qual todos somos só lástimas
Sem fim e, muito menos, sem começo.
Máquinas imperfeitas e sem adereço
É só o que somos neste turbilhão voraz
Do qual ninguém jamais escapou.
Um passo à frente. Um milhão para trás.
É o que fazem aqueles cujo destino troçou.