TORRES DE REFINO

TORRES DE REFINO

Vê-se desde a janela d'onde habito,

Não as piras dos reis ou dos heróis,

Sim as chamas de octanas e fenóis,

Em gases a queimar sem qualquer rito.

Mesmo sem ser sagrado é tão bonito

Olhar na escuridão plenos faróis

As torres que destilam metanóis,

Alheias já do Olimpo ou do Infinito...

Durante cada noite e cada dia,

Por homens -- não por deuses! -- nos ardia

Aquela fogueira alta na paisagem.

Onde, sem a mais vaga metafísica,

As sarças vacilantes feito tísica,

Deixando contra as nuvens sua imagem.

Betim - 03 02 1998