Rua vazia
Madrugada! Rua vazia, apenas estas claridades frouxas
Há alumiar estes paralelepípedos frios a ajuizar gotas
Não consigo visualizar sequer alguém perdido como eu
Caminho! Meus passos caçam a minha própria bússola.
Compartilhando nestas quadras de transição o vento frio
Sopra ensaiando canções que vem de longe para participar
Deste cenário onde os quadros são pintados pelos pinceis
Desta madrugada que agoniza para dar lugar ao alvorecer.
Adotando as horas aflitas e lentas. Caminha num formal.
Aguardando o novo despontar do sol á irradiar seus raios
Aquecendo prados e educando botões de rosas a se abrirem
Nestas lentezas de horas me perco a olhar o que se esvai
Nos rituais constantes das frigidas madrugadas que tenho
Privilégio de sentir nesta rua desnuda e descomprometida.