UMBRA SUM

Descobri minha cova por acaso,

perdido na penumbra do caminho,

a campa fria em que esquecido jazo

sem flores, sem cuidados, sem vizinho.

No chão de pedras posto em desalinho,

quem fui um dia, num sepulcro raso,

hoje o verme necrófilo mesquinho,

o corpo vai roendo ao eterno prazo.

Sou espectro que vaga pela sombra,

vulto que a existência inda assombra

e que deus por maldade, por desleixo,

esqueceu de juntar aos condenados,

questão mal resolvida sem desfecho,

malassombro arrastando seus pecados.

Renan Ivanildo
Enviado por Renan Ivanildo em 22/02/2019
Reeditado em 12/06/2019
Código do texto: T6581318
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