O ESCULPTOR
O ESCULPTOR
Se o artista transgredindo as áureas normas
Que a Beleza lhe impôs, esclarecida,
Houvesse para o novo uma saída
Para além do imediato das reformas.
Talvez ao lançar luz por sobre as formas
Se revele o relevo onde incendida
No que ao pálido mármore dá vida
Quando tu, Vênus, tudo transformas!
Então, à pele nua enfim palpita
Um coração que humano à estátua anima.
D'aquela cujo sopro se acredita:
-- "Não, Citereia, não mais do que obra-prima
Sejas na que marmórea preferia!
Retorna este ser teu à forma fria...”
Betim - 08 08 1998