VELHICE INTERNA
Quando a vida desponta seu sorriso,
Tem sabor de prazer imensurável,
E o viver que parecia um senhor amável,
Num desencanto se torna um velho passivo.
O choro de quem vive mas já morreu é agonia,
Que de tanto espremida se torna fragilidade,
Mas se queres saber te conto uma verdade,
A dor do nascimento é a mesma da partida.
Vez ou outra, esse velho se revela,
Sempre que se acostuma a um viver posto medíocre,
Abraço-o como a um grande amigo, e digo: - Encerra!
Mas ele não ouve a voz da súplica,
Me abraça intenso como se me ajudasse,
Submerso as póstumas rugas sussurro: - Liberdade.