VELHICE INTERNA

Quando a vida desponta seu sorriso,

Tem sabor de prazer imensurável,

E o viver que parecia um senhor amável,

Num desencanto se torna um velho passivo.

O choro de quem vive mas já morreu é agonia,

Que de tanto espremida se torna fragilidade,

Mas se queres saber te conto uma verdade,

A dor do nascimento é a mesma da partida.

Vez ou outra, esse velho se revela,

Sempre que se acostuma a um viver posto medíocre,

Abraço-o como a um grande amigo, e digo: - Encerra!

Mas ele não ouve a voz da súplica,

Me abraça intenso como se me ajudasse,

Submerso as póstumas rugas sussurro: - Liberdade.

Lara Araújo
Enviado por Lara Araújo em 17/02/2019
Reeditado em 20/02/2019
Código do texto: T6577242
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