Criancinhas
Criança tímida de olhar sincero,
De pés no chão, com cabeça na lua,
Virtuosa caminha ela pela rua
Como se fosse um herói de Homero.
O mundo a julga de modo severo:
Vira-a pelo avesso, deixa ela nua;
Estuda os trejeitos, não atenua.
Lá não pode existir um ser etéreo.
Porém, tão estranha criança esta,
Que sorri pra o mundo que lhe detesta,
Não se amedronta diante dessa ação.
Só importa o que ela tanto acredita!
Nenhum caminho a ela delimita.
Nenhum ruído dissipa sua canção.