Criancinhas

Criança tímida de olhar sincero,

De pés no chão, com cabeça na lua,

Virtuosa caminha ela pela rua

Como se fosse um herói de Homero.

O mundo a julga de modo severo:

Vira-a pelo avesso, deixa ela nua;

Estuda os trejeitos, não atenua.

Lá não pode existir um ser etéreo.

Porém, tão estranha criança esta,

Que sorri pra o mundo que lhe detesta,

Não se amedronta diante dessa ação.

Só importa o que ela tanto acredita!

Nenhum caminho a ela delimita.

Nenhum ruído dissipa sua canção.

Anne Negreiros
Enviado por Anne Negreiros em 15/02/2019
Reeditado em 12/10/2022
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