FADOS - A Tânia Meneses

FADOS

Aos vinte anos eu cantava fados.

Cantava com sotaque lusitano.

Cantava intensamente, como em sonho.

Fados de repente... Vinham de longe...

Ninguém cantava fados lá em casa

E se antepassados portugueses,

Nunca os soubera, inda que bem-vindos

Teriam sido sempre, desde sempre.

Os fados no meu sangue, esse antigo.

Os poetas dos mais severos versos

Assim também os dos versos mais ternos.

Por que escrevo agora estes meus?

Fossem minhas, ruas de Portugal!

Que, em algum Tempo, o tenham sido.