ÊXTASE

Dedos passeiam pelo corpo amado

sem pressa, como as tardes de domingo.

Avançam no terreno expropriado,

fronteiras conquistadas são abrigos.

Lábios que se tocam acompanhados

da língua, insinuante feito um pingo,

à busca do tesouro transmutado

em flor com a cor da asa do flamingo.

Sou pedra arremessada no teu lago,

transformada em tsunami por teu corpo.

No ígneo desvario, me embriago...

Qual fábula adulterada de Esopo,

formigas em celebração bizarra,

entregam-se ao torpor vão da cigarra!

Fonseca da Rocha
Enviado por Fonseca da Rocha em 09/02/2019
Código do texto: T6571026
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