ÊXTASE
Dedos passeiam pelo corpo amado
sem pressa, como as tardes de domingo.
Avançam no terreno expropriado,
fronteiras conquistadas são abrigos.
Lábios que se tocam acompanhados
da língua, insinuante feito um pingo,
à busca do tesouro transmutado
em flor com a cor da asa do flamingo.
Sou pedra arremessada no teu lago,
transformada em tsunami por teu corpo.
No ígneo desvario, me embriago...
Qual fábula adulterada de Esopo,
formigas em celebração bizarra,
entregam-se ao torpor vão da cigarra!