Maria [26-08-2015]

Cumprimentou-me a Lua à janela

À moda antiga, cortês e fria:

Banhou-me a doente luz amarela

Descida dos céus, em muda letargia

Doeu-me o peito no auge da cortesia

Não culpo a Lua, mas a causa foi ela

Que trouxe à memória a dura nostalgia

De minha amada morta, trancada em cela

Se soluço agora em ensandecido pranto

Retomando a dor da antiga mazela

Enterrada há muito nos negros fios de Maria

É porque percebo que o maior encanto

Do amor puro que eu ofereci um dia a ela

É a conversão dorida nesta pérfida agonia!

Zéfiro Alves
Enviado por Zéfiro Alves em 09/02/2019
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