CORAÇÃO
Aqui, lugar outrora sol leveza,
nascente em tom dourado de esperança,
arranha agora angústia à vil rudeza
diante da verdade que ora avança.
E mais e mais veloz ela extravasa
por sobre a várzea inerme embora imensa
daqui, lugar outrora de anjos, de asa,
inunda tudo ao barro da descrença.
E um lodaçal de bíblias, armas, furtos,
planetas planos, bois, juízos curtos
vomita o fim dos brilhos da razão.
No chão, ao pó, carteiras de trabalho
rasgadas junto ao nada que hoje valho,
lugar agora lama. Coração.