QUE SEJA!
QUE SEJA!
Já não lamentarei quem sou ou faço
Tão-só por permitir-te criticar-me.
Escrevo do que sinto, sem alarme,
A quem interessar possa meu traço.
Mesmo que meu talento seja escasso
Ou de rimas estúpidas eu me arme,
Tua avidez continua ainda a dar-me
Satisfação em ver-te frouxo o laço.
Se não t'estimo a ponto de sofrer,
Tampouco menor sei eu parecer
Ao lado de diatribes tão mesquinhas.
Ignoro -- é o que faço de melhor! --
E, se deixo ao Universo o meu lavor
Não temo a escuridão em que caminhas.
Betim - 02 02 2019