ETÉREA
Debruçado na minha janela, posso vê-la.
Tranquila e calma, tem por cama a lua.
Adormece sob o manto das estrelas.
Banhando-se com a luz da noite, como flutua!
A face apresenta-se doce e serena.
Os longos cabelos caem-se-lhe numa trança.
Decerto dorme profundo, na esperança
de com alguém sonhar. E traz feição amena.
Embebido em tal atmosfera etérea,
ponho-me, então, em silêncio a meditar
porque tão suave figura me pus a contemplar.
Mas eis que, como em uma quimera,
aquele quadro se faz desmanchar.
E o primeiro raio de sol surge em seu lugar.
Membro da Academia Virtual de Poetas da Língua Portuguesa (AVPLP) - Acadêmica Titular do Brasil e de Portugal