Devaneio
Acordado mergulho no devaneio
Recordando-me do mar de lágrimas poentes
Que de meus olhos jorraram com tal dor
Que parecia sangue vertendo da escuridão
Adormecido nos minutos inacabáveis
Acolhido pelas sedas e mares agonizantes
Esquecido pela felicidade que marcava horas
No relógio dilacerador dos pesadelos
Assustado, lanço-me sobre a frieza do chão.
Mergulho nas sombras de um canto qualquer
Esquecido de amor em minh’alma
Levanto-me e olho no deslumbre da madeira
A lembrança que me rasga o peito
E me fará chorar a vida inteira.