OUSADIA
Paro defronte a página vazia
E vazio me encontro no meio do mundo;
Nenhuma estrofe me ocorre macia...
Broco meus versos num sertão profundo.
Escrevo meus versos, em demasia,
Para que brilhem, talvez um segundo;
Poemas escassos de maestria
Sonhando tocar teu peito, profundo!
São versos de amor, saudade, protesto,
Que trazem minha dor, meu manifesto,
Também meus anseios, minha alegria...
Os fiz no vazio da página em branco
Para expressar minha lira, meu canto...
Desculpe — leitores — minha ousadia!...