O Poeta e a noite
Que solidão hás de ter tão perina
Se os brocados dos seus olhos negros
Mirabolando o meu cerne arteiro
Já tremula a tua paixão pequenina?
Pois, que esse amor te domina
Por séculos, e por séculos inteiros
Não há de ter tempos negros
Oh, amor, minha virgem divina,
Dança o teu corpo, dança a canção;
Que não é julgada em vão
No bailar a tu'alma, nua e vulgar...
Já é noite, minha rainha, minha luz,
Minha miragem, que à visão me conduz
O amor, sem solidão p'ra te amar!...
Dolandmay Walter
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"In la visión d' bella"
(Do livro: Além-Mundo)