O Poeta e a noite

Que solidão hás de ter tão perina

Se os brocados dos seus olhos negros

Mirabolando o meu cerne arteiro

Já tremula a tua paixão pequenina?

Pois, que esse amor te domina

Por séculos, e por séculos inteiros

Não há de ter tempos negros

Oh, amor, minha virgem divina,

Dança o teu corpo, dança a canção;

Que não é julgada em vão

No bailar a tu'alma, nua e vulgar...

Já é noite, minha rainha, minha luz,

Minha miragem, que à visão me conduz

O amor, sem solidão p'ra te amar!...

Dolandmay Walter

*

"In la visión d' bella"

(Do livro: Além-Mundo)

Dolandmay Walter
Enviado por Dolandmay Walter em 27/01/2019
Reeditado em 28/01/2019
Código do texto: T6560724
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