[Décimo-sétimo soneto de saudade]
Por vezes me sinto culpado por me sentir feliz
Com tanta fome, guerra e miséria no mundo
Mas sei bem que lá no fundo
Você é a única coisa que eu sempre quis
Naufragado nesse oceano
Que é a sua falta em mim
Não vejo para essa dor um fim
A cada instante, minuto, hora e dia do ano
Meu sangue deixa rastro por onde passo
Sangue das lágrimas que por ti derramo
E todo dia passo em frente a sua casa
É seu nome que em meus sonhos eu chamo
Eu que sou essa ave sem asa
Que para as ondas do mar canta cânticos de saudade e dor sem jamais perder o compasso...