KNOCK-OUT

KNOCK-OUT

Tem vez que a gente cai e não levanta.

Quando de baixo acima, bem no queixo,

Me acerta um soco seco por desleixo

Da guarda pouco abaixo da garganta...

Inerte sobre a lona feito planta,

Qualquer plano que tinha ali eu deixo.

E mesmo semimorto mal me queixo,

Enquanto o oponente se agiganta.

A multidão vibrando enlouquecida

Nem cogita se ainda tenho vida,

Ocupada em saudar o vencedor

Ao fim, co'o rosto bem desfigurado

Figuro qual tornasse do seu lado,

Maior sua vitória a minha dor.

Belo Horizonte - 13 01 2019