Lágrimas invisíveis
Sorrisos mil e alegrias te daria
E durante noites quentes e brilhosas
Meus pés pequeninos, beijarias
Dentre outras brincadeiras engenhosas
E no mar sentir as ondas espumosas
Outros mil contentamentos me traria
Se por obras infernais e mui maldosas
Me matado, não tivesses, teimosia!
Pela força ceifaram-me a existência
Do ventre, saí, para um crisol
Fugir tentei, mas venceu a insistência
As luzes do hospital como um farol
Prefiguram a luz da Omnipotência
Abortaram-me e não vi a luz do sol
_________
Poema que fiz pensando em todas as crianças abortadas do mundo, que jamais chegaram a contemplar a beleza da criação e a luz do Sol, em razão do egoísmo humano.