Lágrimas invisíveis

Sorrisos mil e alegrias te daria

E durante noites quentes e brilhosas

Meus pés pequeninos, beijarias

Dentre outras brincadeiras engenhosas

E no mar sentir as ondas espumosas

Outros mil contentamentos me traria

Se por obras infernais e mui maldosas

Me matado, não tivesses, teimosia!

Pela força ceifaram-me a existência

Do ventre, saí, para um crisol

Fugir tentei, mas venceu a insistência

As luzes do hospital como um farol

Prefiguram a luz da Omnipotência

Abortaram-me e não vi a luz do sol

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Poema que fiz pensando em todas as crianças abortadas do mundo, que jamais chegaram a contemplar a beleza da criação e a luz do Sol, em razão do egoísmo humano.