Paisagem
PAISAGEM
Napoleão Valadares
A serrania que se não descreve
tinha, mais altos, dois rochedos meio
ensolarados e imponentes (leve
inclinação), que eu avistava em cheio.
Embaixo, o vale – vastidão sem freio –,
que deve os homens encantar e deve
encantar deuses, pôr em devaneio
os que o contemplam, num enlevo breve.
Em meio à luz, um fundo escuro (havia
umas baixadas). E a luz novamente
tomava conta da amplidão. Eu via
uma floresta num pequeno monte,
depois uma descida e, logo à frente,
quebradas, uns relevos e uma fonte.
(Recebi via e-mail este belo soneto do amigo poeta, romancista, contista e cronista Napoleão Valadares. O autor é natural de Arinos (MG), reside em Brasília e pertence a várias instituições de cultura, dentre elas, a Associação Nacional de Escritores com sua sede em Brasília e da qual foi presidente em três gestões)