Banco vazio - soneto
Eu não quero mais estar aqui sentado neste banco gélido vazio.
Fitando com meus olhos cansados ofuscados pelos anos passados.
Não quero estar aqui removendo as palhas do passado que arquivei.
Eu não quero ouvir a aragem fria que sopra do mar lembrando você!
Eu não quero mais estar aqui tecendo lembranças que parecem inópias
A enfeitar os sonhos que um dia frutificam, mais que hoje estão mortos.
Estar aqui neste fim de tarde a cunhar momentos que foram indecifráveis
Relembrando e remoendo saudades que estão no arquivo morto pra quê?
Banco vazio aguardando um novo personagem a choramingar seus ais.
Há evaporar lagrimas e lamentos cruéis e perniciosos não vale a pena
Mesmo que a saudade em aflição lhe contraponha aos fatos fenecidos
Banco vazio que apesar dos pesares, ainda me trazes lembranças dela.
Que embora hoje sem relevância continua esculpido em meus adágios
Que não mitigam com desabafos e nem com as restrições que diluí-o.