ANTES QUE NÃO HAJA TEMPO

Mistério que corre sem dar armistício!

A tudo a sua frente pondo a transformar...

Zombeteiro larápio leva tudo consigo,

Sem que haja tempo de nos preparar.

É ser traiçoeiro predador do silêncio...

Alquimista das horas que não sabem gritar

Suas mãos indeléveis não se negam ao unguento

De todas as dores poder sanear.

Senhor que transita em cada momento

De si, pois é tempo de auto-devoção!

E quando se vai deixa o tosco lamento

De ao tudo ter sido mera imprecisão.

Se nega a voltar por não ter argumento

Nunca soube explicar a sua ingratidão.