PAIXÃO

Soneto

Esta paixão que me consome queima

O meu corpo, o meu coração que bate

Ao compasso dum derradeiro debate

Que na Assembleia só produz diarreia.

É uma paixão que de mim se apoderou,

E nunca mais me deixou em liberdade,

Por dever ao meu partido tal lealdade,

Como alguém que na vida nunca amou.

Se alguma vez tiver de deixar de amar,

Maldito seja o malfeitor que o desejar,

A minha vingança será célere e eficaz,

Prevalecerá a minha paixão recuperada,

Dum sonho que numa noite foi achada,

E assim minha vida secreta me satisfaz.

Ruy Serrano - 12.01.2019

Ruy Serrano
Enviado por Ruy Serrano em 11/01/2019
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