A MURALHA DA MALDIÇÃO
Entre o sonho dos homens e o real concreto
Existe uma fantasmagórica ilusão
Duma “muralha sombria” de maldição
Neste bizarro mundo, tão hostil e abjecto.
O sonho humano, só por si, é bem discreto
Mas a Vaidade incarna a cruel ambição
De manter o Poder – seja legal ou não –
E vai daí impõe-se a si mesma por decreto.
Vaidade, só vaidade e feira-de-vaidades,
Tem sido sempre assim: serpênticos meandros,
Muralhas, armadilhas, muros e quejandos,
E um desprezo feroz p´ las justas Liberdades.
Os Maiorais assumem neuras insensíveis,
Desde os velhos Faraós até aos Samurais;
Dos Impérios do Meio e outros Reinos boçais,
Até aos Génios de hoje – bestas desprezíveis…
Os ódios e as vinganças destilam traição:
Eis a «Muralha» da desumana Maldição!
Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA