O ESTETA E A MUDANÇA
Como a moda, que todo ano se renova,
Vestindo a cara que um dia já foi cara,
Para o novo o esteta se prepara,
Pensa e repensa, então aprova ou reprova.
Deixa o defunto aquietar-se lá na cova,
O que fará com o já feito ele compara.
A ideia soma, multiplica e tira a prova,
O novo é bom, a conclusão a que chegara.
Convicto de estar fazendo a coisa certa,
Dispara célere pelo novo caminho,
E para ele a porta sempre está aberta.
Até que decorra o tempo da mudança,
E de novo tudo novo, tudo novinho,
Com novos sons, novas cores, nova dança.