O MEU AMOR POR TI
Meu amor por ti, essa criatura,
alimentada em restos da miséria,
fitada aos olhos pronta desfigura,
negado toque crer mais na matéria.
Nasce mais forte a cada ruptura,
espreita à sombra como a bactéria,
para, quem sabe, na menor fissura
poder se hospedar livre, venérea.
Meu amor, esse cheiro que incomoda,
o lodo se movendo no azulejo,
a cobiça que aos olhos se acomoda,
libido acumulada do desejo...
O sentimento que enquanto ignora,
faz colônias, cresce, revigora.