SOLO (Soneto de rimas trocadas)...
Por favor me negue as tuas palavras,
Pois contra elas nunca tive razão.
Não dirijas para mim o teu olhar,
Pois ele sempre me emudeceu.
Assim, imploro a paz das lembranças,
Posto que sejam vivas, sem cobranças,
Apenas pelo simples prazer de tê-las,
No repouso da minha própria alma.
Igual a quem dispõe em suas lavras,
As sementes gentilmente no chão,
Vendo-as por várias vezes no brotar.
Neste solo que diz que não morreu,
No calor do sol ou no céu de estrelas,
Rasgando-o de forma rude e calma.