SOLO (Soneto de rimas trocadas)...

Por favor me negue as tuas palavras,

Pois contra elas nunca tive razão.

Não dirijas para mim o teu olhar,

Pois ele sempre me emudeceu.

Assim, imploro a paz das lembranças,

Posto que sejam vivas, sem cobranças,

Apenas pelo simples prazer de tê-las,

No repouso da minha própria alma.

Igual a quem dispõe em suas lavras,

As sementes gentilmente no chão,

Vendo-as por várias vezes no brotar.

Neste solo que diz que não morreu,

No calor do sol ou no céu de estrelas,

Rasgando-o de forma rude e calma.

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 06/01/2019
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