Monólogo

Alma, te encontro a morrer, tão só,

Vendo as folhas soltas dos ciprestes,

Desjejum - ofertam-se como vestes,

Da terra que as devora sem ter dó.

Coragem! Suada, a boca não morre,

Mesmo a terra, a que pisas, não é tua,

E o que te alimenta e socorre

Nos mistérios que a vida pactua.

Imploro-te, pelo benevolente Deus

Foge dos joelhos e espanto dos ateus

Recolhe-te, como a dor deixa a ferida!

Esquece! Pois minha alma não és!

Vai-te! Solta, cortar-te-ei os pés.

Voa! E te devolvo à vida!

08.09.2007

Eliane Triska
Enviado por Eliane Triska em 16/09/2007
Reeditado em 20/10/2012
Código do texto: T654342
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