Monólogo
Alma, te encontro a morrer, tão só,
Vendo as folhas soltas dos ciprestes,
Desjejum - ofertam-se como vestes,
Da terra que as devora sem ter dó.
Coragem! Suada, a boca não morre,
Mesmo a terra, a que pisas, não é tua,
E o que te alimenta e socorre
Nos mistérios que a vida pactua.
Imploro-te, pelo benevolente Deus
Foge dos joelhos e espanto dos ateus
Recolhe-te, como a dor deixa a ferida!
Esquece! Pois minha alma não és!
Vai-te! Solta, cortar-te-ei os pés.
Voa! E te devolvo à vida!
08.09.2007