Vaguei entre o efêmero pras trevas
Vaguei entre o efêmero pras trevas
No interstício da noite e o dia
Uni o meu corpo com a terra fria
Na via fúnebre que a depressão nos leva
E desta lama vai forjando a cria
A gênese que do Hades se eleva
Transpus-me em versos que descreva
Um macabro culto de antropofagia
Trajando em mim os vermes sob a pele
E o eflúvio pútrido que o miasma expele
E na face o semblante da loucura
Fui da penumbra a macabra horta
Das noites eternas e arvores tortas
E plantei nessas raízes a minha sepultura